sábado, 28 de novembro de 2009

A Lua

Quero voar até ao Paraíso no colo das tuas asas.
Pousada às minhas costas, voaremos até à Lua
E seremos só nós!
Um lugar somente nosso onde apenas nós dois interessamos e agimos.
Não haverão preocupações limitadas por quaisquer situações.
Sem discussões...
Sem tristezas ou desilusões.
As mãos dadas e não haverão emoções inexplicáveis.
A tua alma envolvida na minha, como dois seres num só corpo.
Dois corpos unidos e esculpidos de pura serenidade.
Posicionados de forma simples e harmoniosa,
Espalhávamos amor por todos aqueles que nos admirassem.
Sem que ninguém nos tocasse, bailaríamos no tempo
Tentando que não nos perturbassem.
E transpirávamos...
Tínhamos um puro sabor corporal.
Ficávamos tão perfeitos ao nos tocarmos enquanto bailávamos...
Quase tão perfeitos quanto o teu sorriso!
O seu coração acelarava,
Enquanto eu expirava ao seu ouvido.
Ambos soltámos tudo aquilo que sentíamos.
Palavras mágicas e frases sentidas,
Chorosas e vividas.
No fundo, éramos apenas um só ser naquela noite lunar.
Manifestámos afecto sob o poder que a Lua exercia sobre nós!

Labirinto de metáforas

Vou bloquear todo o meu desespero
E brincar com a criança que existe em mim.
Serei como um derrame de palavras,
Ou imitarei o impacto de uma gota livre
Trazida pela chuva.
Talvez faça de conta que os meus dedos
São como chamas bonitas e atraentes,
Atraídas por uma caneta
Marota que bailava entre combustível,
Desejosa de colocar a ponta
Em folhas formadas de água
E decidida em apagar as minhas ideias.
A minha criança ria-se.
Ria-se como uma ironia ignorante.
Vou fingir que sou rei,
Afim de tirar o poder ao meu cérebro sério
Para poder brincar mais vezes.
Desenharei um labirinto de palavras aromáticas
E registarei os caminhos
Com linhas inteligentes e ambiciosas.
A ignorância da minha criança adormeceu.
E amanhã?
Amanhã brincará a moral deste poeta com metáforas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Verdade sem a censura

Tentarmos quebrar o gelo do coração destes trastes
É em vão.
Não têm cornos, marram com hastes
E se cairmos não nos levantam do chão.

O pobre vive na pura da loucura,
Eles preocupam-se com a puta da candidatura.
Pedir-lhes algo é inútil,
Pois até o mais bondoso é fútil.

No ceio de todo aquele esterco, há sempre mais uma promessa.
Emagrecem a carteira dos contribuíntes,
As carteiras dos reformados são as seguintes
E quatro anos após, não conhecem a pressa.

A gente que reme contra a pobreza!
Violência e dependência
São a sua única certeza.

São ricos e senhores da assembleia,
Não podem conhecer a prisão.
A barbaridade, neles se baseia
E são monstros da corrupção.

Desconhecem a humildade
E oferecem-nos a ditadura.
Nunca reconhecem a nossa verdade,
Até a merda consegue ser mais pura.

Tentem-me calar, mas eu não desisto.
Com todo o respeito desta minha loucura,
Isto,
É a verdade sem a censura!