terça-feira, 15 de março de 2011

Eu, tu e nós

Eu?
Quem sou eu?
Eu sou tudo,
Eu sou nada.
Os meus olhos?
São eles que vêem.
As minhas mãos?
São elas que tocam.
Os meus pés?
São eles que andam.
Mas afinal,
Quem sou eu?
Eu sou tudo,
Eu sou nada.
E tu?
Não tens poder sobre ti.
Tu és tudo,
Tu és nada.
E nós?
Queremos poder?
Queremos o que podemos,
Ou talvez não,
Porque no fundo...
Eu,
Tu e nós
Somos tudo,
Mas nunca seremos nada.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Força de um menino

Eu sopro à força,
À força dos quatro ventos.
Sopro com a força de um menino,
De um menino que era em tempos.

Lembro-me de quase tudo,
De quase tudo lembro-me um pouco.
Desde que era o centro do Mundo,
Até me tornar num louco.

O tempo, esse,
Nunca abrandou para descansar.
A loucura permaneceu
E adoeceu toda a minha forma de pensar.

Eu sopro à força,
à força dos quatro ventos.
Sopro com a força de um menino,
De um menino que era em tempos.

Sopra o vento do Sul,
Sussurra-me o vento de Este.
Surgem apagando as memórias
Das minhas histórias
Que todo o meu sopro reveste.

Sopra o vento de Oeste,
Sussurra-me o vento do Norte.
Ocultam aquela ressonância
De toda uma infância
Que nem sempre teve sorte.

Eu sopro à força,
À força dos quatro ventos.
Sopro com a força de um menino,
De um menino que era em tempos.