sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natal?

Natal?
Não me faças rir...
Natal
Não é sinónimo de festa,
Mas não é antónimo de desgraça.
Não é um pretexto para receber,
Nem enviar a carta ao Pai-Natal.
Envia um ultimato a Deus.
Talvez Ele o leia,
E nos tire os pés do chão.
Natal?
Sim, é quando um Homem quer.
Mas porque não
Olhar por aquele que sofre?
Por que não acolher
O que está ao relento?
Natal?
Aí sim,
Poderias pedir a um vagabundo
Para se sentar à mesa, contigo.
Comia e bebia do teu,
Ria-se dos teus...
E poderias dizer
Que vives o Natal.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Poeta clandestino

Escondido entre papéis,
Oculto sob a sombra das palavras...
Sinto que não é esse o meu lar
Enquanto vou redigindo.
Retiro do meu caderno
Este talento clandestino.
Giram as linhas no sentido vertical
E, escrevendo num pensamento profundo
Aprofundo até bem fundo
A sensibilidade de escrever na perfeição.
Sou sonhador e idealista...
Sou poeta.
Um poeta clandestino.
Estou refugiado num talento sombrio,
Enquanto consumido por letras insignificantes.
E choro lágrimas de seda...
Não encontro justificação para cada resposta.
E se há pergunta feita,
Toda ela,
É clandestina.
E choro lágrimas de seda
Que se envolvem em mim
Querendo matar este meu talento.
E eu vou sonhando...
Até adormecer.

Anseio focar-me em ti

É suposto dizer o que sinto?
Se é, será dito,
Pois por mais que custe, eu não minto.
Envolvi-me demasiado...
Estou preso e ausente da liberdade.
Queria-te aqui,
Mas não é possível.
E, preciso parar de pensar em ti,
Mas és irresistível.
A perfeição de cada traço teu...
É mais que um simples toque
Dado pelas mãos de Deus.
Não me censures apenas por gostar de ti.
Não me desprezes,
Pois não fui eu que decidi.
Hoje,
Sou poeta por ti.
Amanhã,
Desejarei sê-lo para ti.
Temo tudo o que em ti se baseia,
E pergunto-me sempre...
Será fobia focar-me na perfeição?
Anseio focar-me em ti.