Eu sopro à força,
À força dos quatro ventos.
Sopro com a força de um menino,
De um menino que era em tempos.
Lembro-me de quase tudo,
De quase tudo lembro-me um pouco.
Desde que era o centro do Mundo,
Até me tornar num louco.
O tempo, esse,
Nunca abrandou para descansar.
A loucura permaneceu
E adoeceu toda a minha forma de pensar.
Eu sopro à força,
à força dos quatro ventos.
Sopro com a força de um menino,
De um menino que era em tempos.
Sopra o vento do Sul,
Sussurra-me o vento de Este.
Surgem apagando as memórias
Das minhas histórias
Que todo o meu sopro reveste.
Sopra o vento de Oeste,
Sussurra-me o vento do Norte.
Ocultam aquela ressonância
De toda uma infância
Que nem sempre teve sorte.
Eu sopro à força,
À força dos quatro ventos.
Sopro com a força de um menino,
De um menino que era em tempos.